Podcast (dicionario-feminista): Play in new window | Download | Embed
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Segundo o dicionário, o privilégio é o direito, vantagem ou imunidades especiais gozadas por uma ou mais pessoas, em detrimento da maioria.
Esse termo tem origem na junção das palavras em latim “privius” que significa “individual, pessoa” e “lex” que significa “lei”. Como já é de se imaginar, ela tem extrema importância no universo do direito e da legislação. Por isso que não é estranho que a gente já tenha escutado algo sobre “foro privilegiado” principalmente em julgamentos envolvendo políticos, como foi em 2016 durante o caso da Lava Jato.
Para entender o que o privilégio significava nos primórdios do seu uso, nós vamos ter que lembrar do nosso padrão cultural que teve como origem um sistema aristocrático. Ou seja, uma população governada por um rei e por políticos que tinham seus cargos garantidos pelo privilégio hereditário. Isso quer dizer que só poderia assumir o poder pessoas que fossem parentes do político vigente, fazendo com que fosse impossível que alguém de fora dessa bolha pudesse assumir tais cargos públicos.
Uma das propostas do pensamento democrático é justamente quebrar esse padrão de privilégios. E é então que começamos a eleger nossos representantes através de um processo eleitoral. Ferramentas como partidos políticos, propostas de governo e debate eleitoral são adotadas como forma de manutenção da democracia e descontinuidade de sistemas similares ao privilégio hereditário.
Porém, como a gente já sabe, nada que fica no campo da política se limita apenas à forma como um país é governado. Quando olhamos para as estruturas sociais nos deparamos com o que é conhecido como privilégio social. O privilégio social seria as vantagens e benefícios que algumas pessoas têm em relação a outras por conta de sua classe social, etnia, raça, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, religião ou capacidade física e/ou intelectual.
Apesar da nossa lei atual deixar claro que todos somos iguais perante lei, sem distinção de qualquer natureza, a gente vê diariamente pessoas usando de forma irresponsável os próprios privilégios. Quando um homem negro é espancado até a morte por dois homens brancos dentro de um supermercado, nos damos conta de que a branquitude não entende nada sobre os próprios privilégios.
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* Notas de rodapé desse episódio:
* Fontes usadas nesse episódio: