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Dicionário Feminista #73 – Masturbação

Ilustração de uma mulher vestindo apenas calcinha, abraçando um ramo de flores cobrindo os peitos. No topo esquerdo está escrito "masturbação"

Ilustração de uma mulher vestindo apenas calcinha, abraçando um ramo de flores cobrindo os peitos. No topo esquerdo está escrito "masturbação"

Nesse episódio nós vamos falar de um termo que a princípio teria que ser fonte apenas de prazer, porém ainda é visto de forma negativa por muita gente. Hoje vamos falar de MASTURBAÇÃO.

Antes de começarmos esse episódio, já vamos pedir pra que vocês corram lá no nosso Insta @dicionariofeministapod e acompanhem todas as discussões sobre os termos que a gente traz aqui no podcast. A gente também não vai ficar triste se você quiser entrar no nosso grupo no Telegram: t.me/dicionariofeministapodcast. O link também vai estar na nossa Bio do Instagram.

Segundo o dicionário, masturbação é o estímulo erótico dos órgãos genitais por meio de automanipulação direta, mais comumente pela mão, acompanhado de fantasias de natureza sexual, em geral levando ao orgasmo. Essa palavra vem do latim “masturbatio”, junção dos termos “manus”, que significa “mão”, e “turbare”, que significa “sacudir, chacoralhar”.

Mas de onde vem essa ideia de que se tocar em busca do prazer próprio pode ser praticamente algo ilícito? Já vemos indícios de uma certa resistencia ao ato do sexo solitário na própria bíblia. Na história de Onã, o personagem bíblico teria sido castigado por Deus já que teria derramado o sêmem no chão, ou seja, teria chegado ao orgasmo sem fins de procriação. Por isso, para os antigos hebreus, qualquer atividade sexual que não resultasse em filhos era fortemente condenada.

Na Roma Antiga uma lógica parecida se aplicava: só recorriam à masturbação pessoas pobres que não tinham a quem recorrer para satisfazerem seus próprios prazeres. Foi na Idade Média que a Igreja classificou a masturbação como pecado mortal, sendo até mais grave do que o adulterio e o incesto.

Em 1970 um folheto publicado na França causou muito rebuliço ao destacar os perigos de uma tal doença chamada Onania. Em referência a história bíblica de Onã, a Onania seria o vício em masturbação. Os perigos da prática eram exemplificados através da história de duas freiras que teriam desenvolvido um clítoris do tamanho de um pênis de tanto se masturbarem.

Após essa publicação com bibliografia extremamente duvidosa, vários outras literaturas foram distribuídas a respeito da desgraça física que a Onania poderia provocar. A medicina da época chegou a associar a prática da masturbação a doenças como tuberculose, loucura, cegueira e sim, ao crescimento de pelos na mão.

No início do século 20, Freud traz uma nova perspectiva ao ato de se masturbar. Para o psicanalista, essa prática era aceitável desde que praticada na infância, porém problemática se continuasse a acontecer na fase adulta. Ele também destacou a importância de que mulheres adultas deixassem de se masturbar através da estimulação clitoriana e passassem a ter como foco de prazer a vagina.

Aperta o play para ouvir nossa conversa sobre masturbação.

* Notas de rodapé desse episódio:


O beijo da Ju foi para a Namita e da Teka mandou um beijo anônimo para a pessoa que compartilhou o relato dela com a gente.


* Fontes usadas na produção desse episódio: