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Dicionário Feminista #59 – Amamentação – feat. Tetas na Mesa

Ilustração de uma mulher amamentado um bebê

Ilustração de uma mulher amamentado um bebê

No episódio dessa semana nós convidamos as maravilhosas do Podcast Tetas na Mesa para bater um papo sobre amamentação e todo o tabu ao redor desse assunto.

Segundo o dicionário, a amamentação é o ato ou efeito de amamentar.

Durante a antiguidade, o aleitamento materno era tema de diversas histórias na mitologia grega, assim como era praticado pelos povos egípcios, babilônios e hebreus.

Já em Roma, era muito comum que os bebês fossem amamentados pelas amas-de-leite. Além da crença de que o ato sexual prejudica o aleitamento materno, havia também uma visão de que a criança era apenas um adulto com tamanho e força diferenciada. Portanto, a sociedade no geral não enxergava o ato de amamentar como fundamental para o bebê a ponto de afastar a mulher do seu papel como procriadora e provedora do prazer masculino.

Por conta do desconhecimento a respeito da influência que a assepsia e fonte de nutrientes que o aleitamento materno podiam oferecer, esse pensamento se manteve predominante até o século XVIII, mesmo com as taxas de mortalidade infantil atingindo números altíssimos, como 99,6% em Dublin, 80% em Paris e 56% em Londres.

No século XIX a ciência descobre que a mulher também faz parte do processo reprodutivo e não é somente um receptáculo de sêmem, como se acreditava. Por conta disso, o mito do amor materno é construído no intuito de impor um papel biológico reprodutivo e cuidador nas mulheres, as quais deveriam amamentar seus bebês e serem repudiadas se recorressem a uma ama-de-leite. Tal imposição, unida a inserção das mulheres em um mercado de trabalho que não atendia às demandas daquelas que queriam ser mães, representou para a indústria alimentícia uma chance de lucrar através da venda do leite em pó para bebês.

Entre 1960 e 1980 os índices de aleitamento materno diminuíram muito, sendo substituído pelo aleitamento artificial. Por conta disso, em 1979 a OMS junto a UNICEF realizaram a Reunião Conjunta Sobre a Alimentação de Lactentes e Crianças na Primeira Infância. Nela foram propostas a regulamentação na distribuição e marketing do leite em pó, assim como a valorização do aleitamento materno.

Em 1981 o Brasil aprovou o Código Internacional de Substitutos do Leite Materno e em 1991 encerrou a distribuição gratuita de leites artificiais em serviços da rede pública. Desde então, somente os hospitais que seguem os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno segundo a OMS é que recebem o título de Hospital Amigo da Criança.

Corre para ouvir, que a conversa tá boa demais!

Podcast Tetas na Mesa:

* Notas de rodapé desse episódio:

O beijo dessa semana da Teka foi para todas as mães que estão participando da série MAIS Tetas do podcast Tetas na Mesa, da Julia foi para a mãe dela, Erika mandou pro irmão dela, Mari pra irmã dela, que vai se tornar mãe daqui alguns dias, e Thais pra prima dela, que mora no Canadá.

* Fontes usadas na produção desse episódio: