Podcast (dicionario-feminista): Play in new window | Download | Embed
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Segundo o dicionário, “boy” é o termo em inglês que significa menino, rapaz ou garoto. Já a palavra “lixo” diz respeito aos resíduos provenientes de atividades domésticas, industriais e comerciais que não prestam e são jogados fora.
Esse termo surgiu por volta de 2011 e se popularizou principalmente nas redes sociais. Tanto que até hoje é usado em títulos de notícias, nome de música e em capa de livro. Assim como a maioria das coisas que se populariza na internet, o significado desse termo pode variar bastante dependendo da situação.
No começo, se dizia que o “boy lixo” era aquele que não saía e nem entrava definitivamente na vida do companheiro ou da companheira. Isso era normalmente feito através de atitudes típicas de um relacionamento tóxico como chantagem emocional, sentimento de posse e falta de empatia.
A partir de então, pessoas nas redes sociais começaram a expor não só os boys lixo que já haviam passado em suas vidas como também personagens de filmes e séries que haviam sido representados como mocinhos perfeitos. Muitas discussões aconteceram no tribunal da internet, de um lado alguns provaram por A mais B que aqueles personagens eram boy lixo, do outro lado alguns passavam pano, digo, defendiam com unhas e dentes as escolhas que eles haviam tomado.
Independente do resultado dos debates, o uso do termo acompanhou uma onda de reflexões a respeito do comportamento dos homens ao se relacionarem com outras pessoas. Por isso, vimos também o surgimento da #Metoo, discussões a respeito da masculinidade tóxica e reflexões sobre como os relacionamentos eram retratados pelas grandes mídias.
A informação a respeito da responsabilidade afetiva também foi algo vastamente divulgado, já que uma das principais características que definia um boy lixo seria a falta de cuidado e respeito com o sentimento do outro.
Acredita-se que a falta de diálogo promovido pelo jogo da sedução abra espaço para uma indiferença com relação ao outro. Isso não só é reafirmado pelo conteúdo audiovisual que chega pra gente, como também culpabiliza nós mulheres por sermos muito sentimentais ou não sabermos escolher direito nossos companheiros: as famosas “dedo podre”.
* Notas de rodapé desse episódio:
* Fontes usadas nesse episódio: